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Rizoctoniose e sarnas na batata: Como acertar no controle?

09/09/2021
Cultura • BatataBatata Yacon
Rizoctoniose e sarnas na batata: Como acertar no controle?

No Brasil, a batata é uma hortaliça bastante importante, com uma produção anual de aproximadamente 3,5 milhões de toneladas em uma área de cerca de 130 mil hectares. No entanto, a batata é acometida por muitas doenças, exigindo cuidados especiais para que sua produção, tanto em quantidade quanto em qualidade, seja garantida.

 

Entre essas doenças destacam-se as causadas por patógenos de solo, mais difíceis de serem controladas. Este é o caso da rizoctoniose, também conhecida mancha asfalto e as sarnas da batata, que são capazes de provocar sérios danos a esse tubérculo.

 

Por se tratar de doenças causadas por patógenos de solo e não existirem variedades de batata resistentes, seu controle deve ser feito de modo preventivo. Assim, convidamos Nadson de Carvalho Pontes, Engenheiro Agrônomo e professor do Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos, para falar sobre esses patógenos e as melhores estratégias de controle.

 

Principais patógenos da batata: Rizoctoniose e sarnas na batata

Vários são os patógenos capazes de afetar as batatas. Quando presentes na cultura eles podem prejudicar diretamente a germinação, a emergência, o desenvolvimento das plantas, além da produtividade e a qualidade da produção.

 

Dentre estes patógenos, Nadson Pontes explica que a rizoctoniose e os diferentes tipos de sarnas merecem destaque.

A rizoctoniose, também conhecida como mancha asfalto em batata, é uma doença causada pelo fungo Rhizoctonia solani, capaz de provocar a formação de reboleiras de plantas doentes no campo”.

 

O professor explica que a infecção por Rhizoctonia solani pode ser notada inicialmente por sintomas reflexos na parte aérea da planta, que vão desde o amarelecimento e redução no tamanho, passando pelo enrolamento de folhas e formação de tubérculos aéreos.

 

Entretanto, os danos diretos são mais comuns nos órgãos subterrâneos da planta, gerando morte dos brotos, redução da formação e tamanho dos tubérculos, e o aparecimento de uma crosta preta na sua superfície, para a qual se dá o nome de mancha asfalto.

 

Quanto às “sarnas” em batata, o professor indica alguns tipos: “Sarna prateada, causada pelo fungo Helminthosporium solani, sarna pulverulenta, causada pelo protozoário Spongospora subterranea, e sarna comum, a qual é a mais frequente em cultivos de batata e é causada por bactérias do gênero Streptomyces”.

 

Em relação à sarna comum, a infecção se dá nas lenticelas, próximo das quais são formadas pequenas lesões circulares de cor marrom. “Com o crescimento dos tubérculos, estas lesões aumentam, podendo se apresentar como lesões de forma irregular com coloração marrom, ou manchas com superfície corticosa”, salienta Pontes.

 

Sarna na batata: Estas lesões podem apresentar uma depressão de até 1 cm de profundidade. (Foto: Nilton Marrocos)

 

Dicas para reduzir as perdas na cultura

Tanto a rizoctoniose quanto as sarnas provocam danos nos tubérculos. Entretanto, assim como os patógenos que as causam, há diferenças entre as condições para a ocorrência destas doenças.

 

Dessa forma, Nadson Pontes salienta que ambas as doenças podem entrar na lavoura por meio da batata-semente. “Tal característica reforça a importância de material propagativo de boa qualidade”, diz.

 

O professor explica que em áreas onde já existe ocorrência destas doenças, é difícil promover total erradicação do problema, cabendo ao produtor realizar alguns manejos para reduzir perdas.

 

Para a rizoctoniose, por exemplo, a recomendação é fazer o plantio mais raso em períodos mais frios do ano, isso irá favorecer a rápida emergência dos brotos, reduzindo os danos. Em relação à sarna comum deve-se manter o solo com bons níveis de umidade na fase de formação do tubérculo. Isso desfavorece a infecção pelas espécies de Streptomyces”.

 

Além disso, solos com pH ácido também desfavorecem o patógeno, sendo mais recomendados.

 

Melhores estratégias para o manejo desses patógenos na batata

Pela capacidade que este patógeno tem de se estabelecer nas áreas, mesmo na ausência de espécies hospedeiras, o ideal, segundo Nadson Pontes, é adotar o controle preventivo, por meio do fluxo de máquinas e implementos de áreas contaminadas para novas áreas.

 

O professor explica também que a qualidade da batata-semente é fator fundamental para evitar a ocorrência destas doenças em novas áreas. Mas além disso, a rotação de cultura com espécies não-hospedeiras auxilia os produtores no manejo.

 

A utilização de produtos fitossanitários no tratamento da batata-semente e aplicações em sulco de plantio também são ações importantes. O Frowncide 500 SC, da IHARA, por exemplo, é um fungicida protetor recomendado para o controle tanto da rizoctoniose como da sarna comum em batata. Este é um tradicional fungicida para o tratamento no sulco, sinônimo de eficácia e alta produtividade.

 

O Moncut, um fungicida sistêmico, também da IHARA, proporciona alto controle sobre a rizoctoniose. Associado ao Frowncide 500 SC oferece o  melhor tratamento no sulco contra rizoctonia em tubérculos e hastes.

 

Estes dois fungicidas fazem parte do Esquadrão Fungicidas Sulco, que é uma combinação dos melhores produtos que ajudam no controle das principais doenças de sulco da batata.

 

O uso de outros ingredientes ativos com modos de ação diferentes auxiliam na melhora da performance do controle químico e no manejo de resistência de patógenos aos químicos”, finaliza Nadson Pontes.

 

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