CARACTERÍSTICAS
O Thrips tabaci é um inseto muito pequeno, com 1,0 a 1,3 mm de comprimento, de corpo estreito e alongado, com coloração entre amarelo-claro e preto, cabeça quadrangular. Os adultos têm dois pares de asas estreitas e franjadas. As ninfas apresentam coloração amarelo-esverdeada, são mais claras que os adultos, pernas e antenas incolores e são ápteras
CICLO REPRODUTIVO
O ciclo de vida do tripes compreende as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Apresenta reprodução sexuada e por partenogênese (gera descendentes sem necessidade de acasalamento). Os ovos são colocados nas folhas, abaixo da epiderme. Decorridos alguns dias, surgem as formas jovens ou ninfas (dois ínstares; com intensa atividade e alimentação), em seguida ocorre a fase de pupa (dividido em pré-pupa e pupa, sendo inativa) e finalmente o indivíduo adulto com asas. O período de ovo a adulto dura de 12 a 15 dias, à temperatura de 25 °C, e a fase larval de cinco a 10 dias. Os adultos vivem de 15 a 30 dias, dependendo da temperatura ambiente, e nesse período a fêmea pode colocar de 100 a 200 ovos.
DANOS À LAVOURA
O Thrips tabaci é um inseto que se abriga em muitas plantas hospedeiras, incluindo culturas agrícolas e plantas daninhas e silvestres, porém, atinge a condição de praga em culturas de alho, repolho, milho, feijão, algodão, cevada, pepino, tomate e cebola. Os danos são causados pelas larvas e pelos adultos e podem ser divididos em diretos e indiretos.
As injúrias diretas são resultantes principalmente do processo de alimentação. Os sintomas de ataque no tomate incluem: pontuações ou estrias prateadas e zonas necróticas, especialmente ao longo das nervuras das folhas e nas flores; presença de gotas fecais e manchas escuras nas folhas; bronzeamento e alteração na consistência das folhas, que ficam quebradiças; ponteiros e folhas deformados; queda de flores e frutos recém-formados e produção de frutos deformados.
Em plantas severamente atacadas, o fruto amadurece mais rápido e o seu tamanho é reduzido. Particularmente no tomate, em razão da postura de ovos em pequenos frutos, também são observadas pontuações pretas circundadas por halo claro.As injúrias indiretas estão relacionadas à transmissão de vírus do gênero Tospovirus. No tomate, o tospovírus causa a doença popularmente conhecida como “vira-cabeça”. O nome vira-cabeça foi originado do sintoma típico de curvatura do ponteiro da planta.
CONTROLE E MANEJO
Diversas táticas de manejo podem ser utilizadas para o manejo do tripes, porém, seu controle é dificultado pela sua localização na planta e pela arquitetura foliar da planta. O monitoramento é a ferramenta-chave para o manejo do tripes, não apenas para
determinar a presença ou a ausência da praga, mas também para detectar tendências sazonais de aumento populacional e para avaliar a eficácia das estratégias de manejo implementadas. O monitoramento deve ser feito semanalmente e, nas épocas de maior incidência da praga, deve ser feito duas vezes por semana.
O uso de armadilhas é uma prática recomendada no Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura do tomate. O MIP
visa o monitoramento e a prevenção a longo prazo da praga por meio da utilização de táticas de controle combinadas, como:
Controle cultural; Controle genético; Controle nutricional; Controle biológico natural e controle químico.
O controle químico é o mais utilizado para a supressão populacional do tripes. Ao utilizar inseticidas devem-se seguir as boas práticas agrícolas. Dessa forma, os inseticidas devem ser aplicados somente quando necessários e levando em consideração os níveis populacionais das pragas; utilizar somente os produtos recomendados para a cultura; respeitar o período de carência de cada produto; observar rigorosamente a forma de aplicação prevista na receita agronômica e na bula do produto e alternar o uso de princípios ativos, de maneira a retardar o aparecimento de insetos resistentes.
IMPACTOS NA SOCIEDADE
A cultura do tomate destaca-se por ser uma das principais hortaliças produzidas no Brasil e, dessa forma, é grande a sua importância econômica para o agronegócio, pois é fonte de renda e de empregos. Em todas as regiões produtoras de tomate, o tripes, bem como a virose transmitida por ele, assume grande importância econômica, tanto para o segmento de produção para
processamento industrial quanto para o mercado in natura, em razão da severidade dos sintomas em cultivares suscetíveis e dos prejuízos resultantes da redução da produção e qualidade dos frutos, assim como pelo aumento do custo de produção devido às medidas de controle adotadas.
Fonte: Embrapa