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Poda do café pode aumentar produtividade em 20%: saiba qual utilizar

06/05/2022
Cultura • Café
Poda do café pode aumentar produtividade em 20%: saiba qual utilizar

Poda do café pode aumentar produtividade em 20%: saiba qual utilizar

 

A colheita do café está a pleno vapor na maioria das regiões brasileiras. Mas além das preocupações habituais dessa época, o produtor precisa começar a se preparar para uma etapa que vem logo depois que os grãos estiverem todos ensacados: a poda do cafezal. Entre julho e agosto, se inicia em algumas regiões essa prática que revigora a lavoura e pode incrementar a produtividade em cerca de 20%, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Neste artigo, vamos explicar por que fazer a poda do cafeeiro, os tipos de poda existentes e as principais vantagens. Acompanhe!

 

Poda do café: por que realizar?

 

         O uso de variedades de café altamente produtivas e com grande vigor vegetativo, além do maior número de plantas por hectares de café e o uso de adubos eficientes, fez com que novas técnicas de cultivo fossem necessárias para evitar o fechamento das lavouras e a perda dos ramos produtivos do cafeeiro.

 

         De acordo com o pesquisador aposentado do Instituto Agronômico (IAC) Roberto Antonio Thomaziello, em sistemas de cultivo intensivo como os atuais, a área produtiva do ramo de café é reduzida após alguns ciclos, o que prejudica a produtividade e acentua a bienalidade da produção. “É necessário renovar os ramos produtivos, a fim de retomar a sua capacidade de produtividade”, explicou em um artigo publicado no site da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

 

Principais vantagens da poda do café

 

         Por meio da prática agrícola da poda, o produtor de café pode obter várias vantagens para a sua lavoura, principalmente relacionadas com o aumento da vida útil de produção do cafeeiro com vigor e produtividade.

 

         Além dessas vantagens, o Thomaziello cita:

 

  •         renovação dos ramos produtivos e modificações da arquitetura das plantas;
  •         manutenção adequada da relação folha e fruto;
  •         maior luminosidade para estimular a produção em locais com fechamento ou auto-sombreamento;
  •         adequação da entrada de luz e aeração para redução das condições favoráveis ao ataque de algumas pragas e doenças;
  •         atenuação do ciclo bienal para regular a produção;
  •         eliminação dos ramos afetados com pragas e doenças;
  •         correção de danos causados nas plantas por geadas, granizo e secas;
  •         revigoramento de plantas deformadas;
  •         facilitação de operações de manejo das lavouras que dependem de equipamentos manuais e motorizados;
  •         eliminação dos excessos de ramos não produtivos;
  •         economia no uso de fertilizantes e defensivos agrícolas.

Tipos de podas de café: escolha a que melhor se adapta ao seu cafezal

 

         Segundo pesquisadores da Embrapa Café, os cafeicultores podem realizar diferentes tipos de técnicas de poda, ou até mesmo combinar algumas das técnicas, como o decote, desponte, esqueletamento e recepa. Para a escolha da melhor técnica a ser usada, os cafeicultores devem levar em conta critérios relacionados às condições do cafeeiro.

 

         Conheça os tipos mais comuns de poda do café:

 

Decote: poda alta e menos drástica, aplicada em plantas que ainda possuem saia, mas que estão com esgotamento ou deformação na parte superior ou altura excessiva. Segundo a Embrapa Café, o produtor pode adotar um decote alto com corte de planta realizado de 1,80 m a 2,40 m de altura ou um decote baixo com corte de 1,20 m a 1,80 m de altura.

 

Desponte: consiste em cortar na lateral da planta, no sentido de cima para baixo (descendo), nas extremidades dos ramos produtivos, deixando-os com comprimento médio de 0,60 m a 1,20 m, para estimular ramificações para aumento da produção.

 

 

Esqueletamento: assim como o desponte, também consiste em cortar na lateral da planta, porém no sentido de baixo para cima (subindo), nas extremidades dos ramos plagiotrópicos, próximos ao tronco do cafeeiro, deixando-os com comprimento médio de 20 cm a 30 cm, com o objetivo de promover a abertura da lavoura e renovar as hastes produtivas.

 

 

Recepa: poda baixa e mais drástica aplicada em plantas que perderam os ramos produtivos inferiores que formam a saia da planta, ou em plantas totalmente depauperadas ou deformadas. Pode ser aplicada uma recepa com pulmão ou recepa alta com o corte da planta a uma altura média de 60 cm a 80 cm do solo, ou uma recepa sem pulmão ou, ainda, recepa baixa com o corte de 30 cm a 40 cm do solo.

 

 

Também há inovação na poda do café!

 

 

         Sim, não temos inovações e novas tecnologias apenas no plantio, adubação, uso de defensivos agrícolas e colheita do café. Também existem pesquisas relacionadas à poda do cafeeiro, que trazem ainda mais vantagens para os produtores rurais.

 

         O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) desenvolveu, por exemplo, a Poda Programada de Ciclo em Café Arábica (PPCA), uma tecnologia de manejo da cultura, procedente de resultados de pesquisas realizadas desde 2008.

 

 

         O sistema foi desenvolvido com base nos princípios utilizados para estabelecimento da poda programada de ciclo para o café conilon. O objetivo, segundo o INCAPER, é oferecer uma alternativa mais sustentável de manejo do café arábica, para proporcionar mais longevidade e manutenção do potencial produtivo.

 

 

         De acordo com a Embrapa Café, a Poda Programada de Ciclo do Café Arábica é bastante utilizada por produtores do Espírito Santo. Ela inicia-se após a recepa, conduzindo-se de 8.000 até 12.000 hastes ortotrópicas (caule principal) por hectare. Essas hastes permanecem nas plantas por até quatro colheitas e, nessa ocasião, 50% a 75% desses caules serão removidos para indução de novas brotações. Dessa forma, novos brotos serão selecionados na base das plantas e estarão viáveis para produzir por mais quatro ou até seis safras, completando o ciclo da poda.

 

 

         Entre as vantagens estão a redução média de 50% no uso de mão de obra na colheita manual, aumento em 28% da produtividade média das lavouras em cinco colheitas, eliminação da safra zero na renovação, padronização do manejo da poda e maior facilidade para a realização da desbrota e dos tratos culturais, além da menor incidência de pragas e doenças, estabilidade na produção e facilidade na realização da colheita.  

 

 

Viu só como a poda do café pode ser uma importante aliada da produtividade? Continue acompanhando o blog da IHARA e veja dicas e soluções que podem melhorar sua produção de café!

 

 

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