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Mecanização na cultura do café: produtor precisa se preparar antes de iniciar a colheita

13/05/2022
Cultura • Café
Mecanização na cultura do café: produtor precisa se preparar antes de iniciar a colheita

Mecanização na cultura do café: produtor precisa se preparar antes de iniciar a colheita

 

Pequenos produtores de áreas de declive podem usar mecanização em outras fases do cultivo, como na aplicação defensivos agrícolas

 

No final de abril e meados de maio se inicia no Brasil a colheita do café, um dos principais produtos agrícolas produzidos no país. Mas antes de iniciar a colheita das 55,7 milhões de sacas de 60 quilos de café, estimada pela Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab) para essa safra, o produtor precisa se preparar, principalmente se fizer uso da colheita mecanizada. O objetivo é facilitar o trabalho e conseguir utilizar toda a tecnologia disponibilizada pelas máquinas agrícolas.

 

Mas atenção! A mecanização na cafeicultura não ocorre só na colheita e pós-colheita. As máquinas podem ser usadas em diversas fases, como plantio, manejo, aplicação de defensivos e monitoramento da cultura. Para aproveitar todas as facilidades, porém, o produtor precisa fazer a escolha da tecnologia a ser utilizada baseada na sua realidade.

 

Antes de iniciar a colheita, produtor precisa se preparar

 

Semanas antes de iniciar a colheita, é tempo de revisar os equipamentos, avaliar o estado dos terreiros e secadores de café, além de verificar a necessidade de compra de materiais como panos e lonas.

 

Outra recomendação é fazer a arruação da lavoura, ou seja, roçar o mato na entrelinha do cultivo e enleirar os resíduos abaixo da saia, no meio da entrelinha do cafezal. A ideia é limpar o solo próximo ao café para facilitar o processo de colheita, realizando a operação no tempo certo e evitando o desperdício de dinheiro.

 

Outros pontos importantes são o monitoramento da maturação dos talhões para iniciar o procedimento na época adequada. Além disso, para uma colheita mecanizada bem-feita, o produtor deve se atentar para a regulagem da velocidade da operação e a vibração das hastes.

 

Mecanização não é utilizada apenas na colheita!

 

Engana-se quem pensa que a mecanização é utilizada apenas na fase de colheita e pós-colheita do café. O uso de máquinas está também no preparo do solo, no plantio, além do controle de plantas daninhas. “A mecanização é fundamental para garantir a eficiência, o rendimento e a redução de custo”, afirma Eder Ribeiro dos Santos, engenheiro agrônomo da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé).

 

Com mais de 30 anos de atuação na cooperativa que tem cerca de 16 mil cooperados, Eder bateu um papo com a IHARA para falar sobre mecanização na cultura do café e como os pequenos produtores de áreas de declive podem usar essa tecnologia a seu favor.

 

Nada de modismo. Máquinas devem ser adaptadas a sua realidade

 

De acordo com Eder, com a mão de obra cada vez mais difícil para o trabalho no dia a dia das propriedades do café, o produtor busca na mecanização uma forma de facilitar o trato diário com a cultura, com alta eficiência. Mas, para o engenheiro agrônomo, é importante que o produtor conheça a sua realidade e busque por equipamentos adequados para a sua propriedade.

 

“O produtor precisa buscar a mecanização para facilitar o trabalho, mas não pode cair no modismo de comprar o equipamento mais novo que saiu no mercado. Essa não é a melhor opção. Para utilizar uma máquina com alta tecnologia, por exemplo, é necessária uma mão de obra especializada, que conheça aquela tecnologia. Além disso, os custos de manutenção desse equipamento são maiores, por isso, o produtor precisa estar preparado”, explica.

 

Para os pequenos produtores, isso é ainda mais importante na visão de Eder, já que os custos do uso da mecanização na colheita e pós-colheita, por exemplo, são altos e muitas vezes, esses pequenos produtores não conseguem adquirir as colhedoras.

 

“Temos vários equipamentos e tecnologias no mercado, que chegam com cada vez mais rapidez, porém, muitas vezes eles não são acessíveis aos pequenos produtores. Hoje, o grande desafio é a tecnologia adequada ao pequeno produtor. Na Cooxupé, por exemplo, 90% dos cooperados têm menos de 15 hectares, que precisam de equipamentos adequados para atender essa classe de cafeicultores. Muitas vezes, porém, esse tipo de tecnologia está distante deles”, lamenta o engenheiro agrônomo.

 

Drones podem ser boa opção para pequenos cafeicultores

 

Uma das tecnologias que têm se destacado para esses pequenos cafeicultores, segundo Eder, é o uso de drones na aplicação de defensivos agrícolas. Esses equipamentos ajudam a melhorar a eficiência da pulverização, podendo reduzir até mesmo o volume de aplicação, por conta do ganho de eficiência e de controle.

 

“No Sul de Minas o principal agravante para a mecanização é a topografia desfavorável, o que faz o uso dos drones ser bem interessante para a pulverização. É uma tecnologia que está entrando no mercado para atender esse nicho de produtores: os pequenos e os de topografia adversas. A pulverização por drones traz uma série de benefícios em segurança e eficiência”, afirma.

 

Mas, apesar de a tecnologia ser bastante promissora, Eder alerta que os produtores também devem pensar na realidade de sua propriedade, antes de iniciar o uso desses produtos. É por isso que Eder destaca o trabalho da IHARA feito com a Cooxupé para a realização de testes para verificar se o uso de drones de fato é interessante para os cooperados da Cooxupé, qual o melhor equipamento e como adaptar os defensivos agrícolas para aplicação de baixa vazão.

 

“A IHARA é uma empresa que está correndo atrás das necessidades dos produtores e se dispões a adaptar os seus produtos para serem utilizados por eles para fazer esse tipo de aplicação. A parceria entre a empresa, a Cooxupé e universidades têm sido muito interessantes para nossos cooperados”, conta.

 

Gostou das dicas relacionadas a mecanização? Continue de olho no nosso site para ter mais informações sobre a cultura do café.

 

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