Entre as principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro, a cultura do trigo foi introduzida no país pelos portugueses no século 16, e se instalou na região Sul do país, que possui clima frio e úmido, mais favorável para o plantio do cereal. Ainda hoje, a região responde por cerca de 90% de toda a produção nacional. Mas essa concentração geográfica vem mudando, e já dá sinais de que este será um processo rápido.
A expansão da fronteira agrícola no Brasil e desenvolvimento das culturas temporárias no Cerrado tiveram início ainda na década de 70, com um trabalho capitaneado pela Embrapa de uso intensivo de conhecimento e tecnologia. Até então, o contexto agrícola do Cerrado era pouco promissor. A região de clima desafiador e solos de baixa produtividade foi palco de uma bem-sucedida experiência guiada por pesquisa e adoção de tecnologias modernas, que se tornou uma revolução produtiva.
O projeto se tornou possível por uma série de ações, como o uso de variedades de trigo adaptadas ao clima do cerrado e acesso a informações meteorológicas e sistemas de previsão, avanços em métodos de irrigação eficientes e conservação de água e do monitoramento de nutrientes, além de investimento em tratos culturais com fertilizantes e defensivos modernos. A formação de uma rede de parcerias públicas e privadas e forte apoio governamental canalizaram investimentos em pesquisa, desenvolvimento e adaptação para o contexto do cerrado de técnicas e práticas agrícolas inovadoras, em manejo integrado de pragas e doenças e melhoria da eficiência na aplicação de defensivos agrícolas, técnicas de plantio direto e manejo adequado da cobertura do solo e de rotação de culturas para melhorar a saúde do solo e evitar a exaustão de nutrientes, dentre outras.
Em ritmo constante de crescimento, as altas produtividades de trigo já colhidas hoje no Cerrado podem levar o Brasil nos próximos anos a deixar de ser importador de trigo e ser autossuficiente na produção do grão. Segundo dados da Embrapa Trigo, a média brasileira cresceu mais de 5 vezes nas últimas décadas, apoiada em pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas em todas as etapas, desde a seleção de sementes até a colheita. E boa parte desse salto exponencial foi puxado pelo Cerrado. Segundo a Embrapa Cerrados, a produtividade média de trigo na região é de seis toneladas por hectare, já representando o dobro da média nacional.
A cultura do trigo no cerrado brasileiro é um exemplo notável de como a combinação de tecnologia, inovação e práticas agrícolas sustentáveis pode superar desafios aparentemente impossíveis. Os agricultores da região encontraram soluções adaptadas às condições específicas do cerrado e estão colhendo os benefícios em produtividade e rentabilidade. O sucesso alcançado até agora abre caminho para o fortalecimento do setor agrícola e inspira outras regiões a explorar seu potencial agrícola, mesmo em contextos desafiadores. Especialistas afirmam que os bons resultados de produção do cereal poderão ser repetidos em lugares com diferentes condições climáticas, como o Norte e o Nordeste. Assim, novas fronteiras agrícolas poderão representar um salto de produção ainda maior para o trigo brasileiro.
Como bem colocou em entrevista recente o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski: “há grande fronteira para ser explorada pelo trigo, com entrada em sucessão à soja e ao milho, compondo sistemas de produção sem necessidade de abrir um metro quadrado sequer de novas áreas”.
Como chegar lá?
Para que isso aconteça, precisamos continuar investindo em tecnologias, conhecimentos e uso consciente e produtivo dos recursos. Junto a isso, lançar mão de um bom planejamento e técnicas de manejo adequadas, principalmente em relação às pragas da cultura. Dentre os limitantes de produtividade estão doenças foliares, como Ferrugem, Manchas foliares, Oídio e Brusone. O Brusone é, inclusive, o maior desafio da cultura do trigo na região do Cerrado brasileiro. Apesar dos avanços na resistência das cultivares, em anos com alta severidade da doença os danos ainda são impactantes. No combate contra toda essa gama de doenças, a IHARA oferece tecnologias de alta performance, desde o Tratamento de Sementes, , até o cuidado em diferentes etapas do cultivo, com produtos como Fusão EC, Absoluto Fix e Cercobin, que têm excelente ação no manejo das doenças.
Há também um amplo espectro de pragas que assolam o “ecossistema trigo”, com destaque para pulgões, percevejos, lagartas desfolhadoras e corós. A IHARA oferece proteção contra estes detratores de produtividade, com soluções como o produto Zeus.
É fundamental conhecer também as principais daninhas e saber evitá-las; como o azevém, que reduz drasticamente o rendimento de grãos e, por isso, precisa ser combatido fortemente antes mesmo de aparecer. Considerada uma das principais plantas daninhas da cultura, o azevém pode reduzir em 50% a produtividade das lavouras de trigo e diminuir a qualidade dos grãos. Estudos indicam que uma só planta de azevém por metro quadrado pode abater em 0,4% a produtividade final dos grãos de trigo! No combate ao Azevém, o portfólio IHARA conta com uma tecnologia de altíssima eficiência na pré-emergência, que é o herbicida Yamato. Um produto revolucionário, que controla as daninhas com seletividade e proteção duradoura.
A produtividade crescente do trigo no cerrado brasileiro é um exemplo notável de como a combinação de tecnologia, inovação e práticas agrícolas sustentáveis pode superar desafios aparentemente impossíveis. O sucesso alcançado até agora abre caminho para o fortalecimento do setor agrícola e inspira outras regiões a explorar seu potencial agrícola, mesmo em contextos desafiadores. No Cerrado, e em diversas outras regiões brasileiras, há ainda muitas áreas de safrinha sem alternância entre ciclos de soja e de pastagens degradadas, que podem ser manejadas para uma expansão totalmente sustentável da triticultura, e de outros cultivos “pouco prováveis”. Com avanço em tecnologia, manejo e produtividade, a agricultura brasileira se fortalece.
Por Roberto Rodrigues Júnior
Engenheiro Agrônomo, Gerente de Marketing Regional Cerrado da IHARA