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Phomopsis sojae

 

Phomopsis-da-semente

Phomopsis sojae
A doença conhecida como seca da haste e da vagem, podridão seca ou phomopsis-da-semente é causada pelo fungo Phomopsis sojae na forma imperfeita ou anamórfica. A forma perfeita ou teleomórfica corresponde a Diaphorte phaseolorum f.sp. sojae.
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Distribuição Geográfica

 

O fungo Phomopis sojae é encontrado em todas as regiões produtoras de soja do mundo; no Brasil, tem se disseminado rapidamente e hoje afeta plantações de soja nos seguintes estados: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

Características

 

As sementes infectadas com Phomopis sojae apresentam micélio denso, branco, floculoso, contendo frequentemente picnídios escuros, globosos e ostiolados, com formação de exsudatos. Muitas vezes esse fungo produz apenas picnídios sobre a semente, sem a presença do micélio. Nesses casos, a identificação segura do patógeno deve ser baseada na presença dos esporos alfa e beta. Esses dois tipos de esporos podem ser produzidos, não raramente, no mesmo picnídio (característica da espécie), podendo ocorrer também a produção apenas de esporos alfa ou beta num picnídio. Os conídios alfa são hialinos, fusiformes, medindo 5,5 μm-10,5 μm x 1,3 μm-3,5 μm. Mais comumente produzidos, os conídios beta são hilalinos e filiformes.

 

Ciclo Reprodutivo

 

A multiplicação do fungo acontece nas primeiras plantas infectadas e posteriormente na entressafra, nos restos de cultura da soja ou outros hospedeiros, ocorrendo a formação de picnídios e peritécios que liberam, respectivamente, conídios e ascósporos dos fungos. Estes são os responsáveis por infectar as plantas nos estádios vegetativos. Os respingos de chuva são responsáveis pela dispersão do inóculo até a parte aérea da planta, onde se inicia o processo de infecção. A doença aparece inicialmente em pecíolos e ramos quebrados das partes inferiores das plantas de soja, em hastes, vagens e sementes, sendo facilmente identificada pela formação de frutificações negras (picnídios), dispostas de forma linear nas hastes, nos pecíolos e nas vagens secas. Após a morte das plantas ou parte delas, os inóculos retornam ao solo, e o ciclo se reinicia.

 

Danos

 

Os sintomas podem ocorrer nos diversos órgãos da planta como hastes, vagens, sementes, pecíolos e raramente em folhas, sendo mais evidentes nos três primeiros.

Os sintomas podem ocorrer nos diversos órgãos da planta como hastes, vagens, sementes, pecíolos e raramente em folhas, sendo mais evidentes nos três primeiros. Nas plantas próximas do fim do ciclo aparecem os sinais da doença, que são pontuações negras (picnídios) dispostas linearmente nas hastes e pecíolos e ao acaso nas vagens.

 

As hastes afetadas por P. sojae inicialmente cessam seu crescimento, apresentando posteriormente murcha e seca de suas flores e frutos, com posterior necrose dos órgãos infectados. Sob condições de alta umidade, o fungo desenvolve os picnídios, que são distribuídas linearmente na haste e pecíolos, que acabam apresentando aspecto enegrecido ocasionado pela formação intensa dos corpos e frutificação do fungo.

 

Controle e Manejo

 

A melhor estratégia de controle da doença é a prevenção, pelo uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes e uso de cultivares resistentes, quando disponíveis.

 

O tratamento químico de sementes (fungicidas sistêmicos) é uma das medidas mais eficientes no controle do fungo, porque, além de eliminar ou reduzir o inóculo do patógeno na semente, pode impedir a entrada de patógenos em áreas isentas, propiciar emergência uniforme de plantas, proteger as sementes e plântulas contra microrganismos presentes no solo, além de evitar a necessidade de ressemeadura, com consequente economia de sementes.

 

Outras medidas integradas são capazes de reduzir o potencial de inóculo do patógeno na lavoura, como: manejo do solo com a incorporação dos restos culturais, escalonamento de épocas de semeadura, maior espaçamento entre as linhas e manejo adequado da calagem e fertilidade do solo, principalmente com relação à adubação potássica.

 

Evitar atrasos na colheita diminui a infecção das sementes, devido à menor exposição às condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento do fungo.

 

A aplicação de fungicidas sistêmicos na parte aérea das plantas durante o enchimento de grãos também reduz a infecção pelo patógeno.

 

Impactos na Sociedade

 

A soja é um dos principais produtos do agronegócio brasileiro e responde por uma receita cambial direta para o Brasil de mais de US$ 8 bilhões anuais, alcançando muitas vezes esse valor se considerados os benefícios que gera ao longo da sua extensa cadeia produtiva. Além disso, a cultura é a grande responsável pela aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, pela modernização do sistema de transportes, pela expansão da fronteira agrícola, pela profissionalização e incremento do comércio internacional, pela modificação e enriquecimento da dieta alimentar dos brasileiros, pela aceleração da urbanização do País, pela interiorização da população brasileira, pela tecnificação de outras culturas, assim como pelo impulso e interiorização da agroindústria nacional.

 

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