Distribuição Geográfica
O Aspergillus flavus tem ampla distribuição geográfica, sendo encontrado especialmente em áreas cultivadas, nas regiões tropicais e subtropicais ao longo do planeta.
Essa espécie fúngica desenvolve-se em temperaturas entre 12 e 48 °C, estando presente nos mais diversos habitats e ambientes. No entanto, a temperatura ideal para seu crescimento é de 37 °C e, por isso, o fungo está mais presente em países tropicais, como o Brasil.
Características
O Aspergillus flavus apresenta colônia filamentosa formada por hifas septadas com aproximadamente 4 μm de espessura. A estrutura de frutificação, típica do gênero, é caracterizada por um conidióforo com uma célula pé e uma dilatação no ápice chamada de vesícula, onde se inserem as métulas em espécies bisseriadas, ou as fiálides em espécies unisseriadas, as quais dão origem aos conídios (esporos).
Ciclo Reprodutivo
O Aspergillus flavus vive durante o inverno no solo, aparecendo como propágulos na matéria em decomposição, que podem germinar e formar micélios ou uma massa espessa e dura de micélios conhecida como escleródios. Os escleródios germinam e produzem hifas e esporos assexuados, conhecidos como conídios.
Danos
O Aspergillus flavus é considerado um patógeno oportunista, responsável por causar danos na qualidade sanitária, física e nutricional dos grãos, sendo mais comumente associado à contaminação de soja, milho, castanha, amendoim, entre outros.
Controle e Manejo
A colonização por A. flavus pode ocorrer durante a pré-colheita, colheita, armazenamento e transporte, necessitando, assim, de diferentes tipos de medidas para o controle de seu desenvolvimento, visando obter uma lavoura sadia e, consequentemente, a produção de sementes de alta qualidade. Dentre essas medidas podem-se citar: adubação equilibrada (principalmente em relação ao potássio), utilização de cultivares resistentes às doenças, rotação de culturas, aplicação de fungicidas para o controle de doenças de final de ciclo e tratamento de sementes com fungicidas para o controle de fungos das sementes e, em algumas situações, do solo.
Os devidos cuidados com as práticas agrícolas na hora da colheita e armazenamento dos grãos evita possíveis perdas na produção e má qualidade do produto final.
Em muitos casos, não há um método efetivo para prevenir a contaminação de grãos com micotoxinas e não existe possibilidade de descontaminação. A melhor maneira de regular a concentração de micotoxinas consiste na identificação e rejeição de lotes de grãos contaminados. Sendo assim, é possível realizar a identificação de aflatoxinas usando o fluorímetro, método rápido e simples para identificação e quantificação.
O controle de fatores abióticos, como temperatura e umidade, entre outros, é essencial para evitar o desenvolvimento do fungo e evitar o aumento da atividade metabólica das sementes, que poderão ocasionar a deterioração das mesmas. O controle da umidade das sementes no período de armazenamento é também de extrema importância, devendo ser inferior a 11% para evitar o desenvolvimento de fungos na pós-colheita.
A boa qualidade de sementes produzidas é um fator de extrema importância para o sucesso da cultura, especialmente nas novas áreas produtoras.
Impactos na Sociedade
A soja é o principal componente do agronegócio brasileiro. Nas últimas décadas, a cultura ocupa papel fundamental na alimentação humana e animal nos continentes. Atualmente, a busca pela qualidade dos grãos e subprodutos é prioridade para produtores, processadores, distribuidores desses produtos e governos.