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9 dicas para um manejo mais eficiente da cigarrinha na cana-de-açúcar

11/11/2020
Cultura • Cana-de-açúcar
9 dicas para um manejo mais eficiente da cigarrinha na cana-de-açúcar
Adotar estratégias de manejo é ação primordial para manter a produtividade e a qualidade da cana-de-açúcar. Conheça essas estratégias!

 

A cana-de-açúcar é a cultura mais importante do Brasil. Com mais de 8,6 milhões de hectares de área colhida, a cana é grande responsável pelo desenvolvimento do agronegócio nacional. Porém, como toda cultura agrícola, ela é atacada por pragas que causam sérios prejuízos a agricultores.

 

Uma dessas pragas é a cigarrinha da cana-de-açúcar (Mahanarva fimbriolata), capaz de causar prejuízos na ordem de 70% na produtividade agrícola e na qualidade industrial da matéria-prima.

 

Por isso, adotar estratégias de manejo é ação primordial para manter a produtividade e a qualidade da cana-de-açúcar. Mas você sabe quais são essas estratégias e como adotá-las da forma correta?

 

Para entender mais sobre essas estratégias, conversamos com a pesquisadora do IAC dra. Leila Luci Dinardo-Miranda. Ela lista 9 dicas essenciais que ajudarão todo produtor a fazer um eficiente manejo da cigarrinha na cana-de-açúcar.

 

  1. Conheça os fatores que causam maiores danos na cana-de-açúcar

 

Para iniciar o controle da cigarrinha na cana-de-açúcar, o produtor precisa considerar quais são os fatores que elevam o dano econômico dessa praga. Esse dano envolve três fatores.

 

“O dano depende basicamente de três fatores, que são: população de cigarrinha, variedade da cana e idade da planta quando esta sofre o ataque”, diz pesquisadora.

 

Segundo Leila, o fator relacionado à população da cigarrinha é bastante importante e o mais comum, já que quanto mais elevada for a população da praga, naturalmente maior será seu potencial de dano.

 

Mas a idade e a variedade da planta também são fatores de grande importância e merecem maior atenção por parte do agricultor. Por isso merecem dicas específicas, apresentadas a seguir.

 

  1. Considere o manejo de acordo com a variedade da cana-de-açúcar

 

Diversos estudos indicam que há variedades de cana-de-açúcar altamente suscetíveis à cigarrinha, sofrendo uma queda de produtividade grande. Outras, por sua vez, são naturalmente mais tolerantes e suportam o ataque da praga de uma melhor forma, sofrendo um dano menor.

 

“Para que tenhamos uma ideia, há variedades que têm 20% de redução da produtividade, enquanto outras, nas mesmas condições, podem ter uma redução de 70% de produtividade”, completa a pesquisadora.

 

Baseado nisso, a dra. Leila Dinardo diz que o produtor precisa conhecer suas variedades muito bem. “Ao conhecer as variedades plantadas, o produtor não precisa ser tão rigoroso com uma variedade como é com outra. Sugiro até que o produtor faça um ranking das suas variedades”, diz.

 

  1. Faça o manejo de acordo com a idade da planta

 

A idade da planta, ao sofrer o ataque da praga, é outro ponto que precisa ser considerado para um eficiente controle da cigarrinha, como explica a pesquisadora do IAC.

 

“Quanto mais jovem for a planta, maior será seu dano sofrido na ocasião de um ataque da cigarrinha. Em contrapartida, quando maior for a planta, menor será seu dano”.

 

A pesquisadora explica que a cigarrinha começa a surgir na região Centro-Sul do Brasil no final de novembro, que é o início do período chuvoso. Assim, uma cana colhida no final de safra (outubro), estará muito pequena e sofrerá muito em novembro.

 

Por outro lado, uma cana colhida no começo de safra (abril), no ataque de cigarrinha no final do ano ela já estará maior, suportando melhor.

 

“Baseando nisso, o produtor não pode ser tão rigoroso com o canavial colhido em abril, como ele é com um canavial colhido em outubro/novembro”, completa a dra. Leila Dinardo.

 

  1. Monte uma boa matriz de manejo da cigarrinha

 

Considerando os fatores acima mencionados (população, variedade e idade da planta), o produtor deve montar uma matriz de manejo, como explica a pesquisadora do IAC.

 

“Na matriz de manejo o produtor irá verificar inicialmente todas as variedades que ele utiliza, fazendo o ranking, além da época em que cada uma das variedades teve sua última colheita”.

 

Com esse levantamento o produtor poderá dar maior prioridade às variedades mais suscetíveis colhidas no final da safra e adotar um manejo menos intenso para aquelas variedades mais tolerantes que são colhidas no começo da safra.

 

Portanto a dica aqui é: monte uma matriz de manejo considerando a suscetibilidade das variedades e a idade da planta na época de ocorrência da cigarrinha.

 

  1. Faça uma boa amostragem da área para melhor controle da cigarrinha

 

Na produção de cana-de-açúcar é impossível realizar um controle da população de cigarrinha de forma racional e econômica sem que o produtor tenha um bom trabalho de amostragem.

 

Segundo a pesquisadora do IAC, é importante que o produtor tenha uma equipe de pessoas muito bem treinada para fazer o levantamento populacional da área. “Será essa equipe que dirá onde há cigarrinha e qual é a quantidade dela na área. Somente assim ele conseguirá decidir se deve ou não realizar o controle”, diz.

 

Além disso, o controle, seja ele químico ou biológico, envolve custos. Por isso a decisão de como e quando aplicar tais produtos deve se basear em uma boa amostragem dentro do programa de manejo de pragas.

 

Essa amostragem deve começar de 15 a 20 dias depois das primeiras chuvas. Isso é importante pois na época seca do ano as cigarrinhas sobrevivem no campo na forma de ovos, que são a forma de resistência da cigarrinha. Quando as primeiras chuvas acontecem, as ninfas começam a surgir exatamente 15 a 20 dias depois.

 

  1. Priorize as áreas que merecem uma melhor amostragem das cigarrinhas

 

A matriz de manejo, quando bem realizada, permite também mais um benefício bastante interessante quanto à amostragem. “Por meio dessa matriz, o produtor saberá quais são as áreas que merecem uma amostragem mais detalhada e quais são as áreas onde não há a necessidade de uma amostragem tão específica”, indica a dra. Leila.

 

Segundo a pesquisadora, em geral, as áreas que sofrem uma queda muito grande em razão do ataque da cigarrinha não precisam passar, necessariamente, por uma amostragem muito específica.

 

“Nessas áreas, a amostragem pode ser mais rápida, pois essas áreas irão receber um tratamento para controle com uma população de cigarrinha muito baixa”, explica a especialista.

 

Por outro lado, nas áreas onde o nível de controle é mais alto, a amostragem precisa ser mais criteriosa, para que o produtor saiba exatamente quando é o melhor momento para entrar com o tratamento de controle.

 

  1. Conheça os métodos mais eficientes de controle

 

Na cultura da cana-de-açúcar, algumas áreas que adotam o controle biológico com a aplicação do fungo Metarhizium anisopliae como forma de controle da cigarrinha.

 

Porém, a aplicação do fundo exige condições climáticas muito específicas e difíceis em algumas ocasiões. Por isso a grande maioria dos produtores adota o uso de inseticidas químicos no controle da praga, já que não há muitas restrições climáticas.

 

A pesquisadora do IAC ressalta que algumas áreas recebem apenas uma aplicação de inseticida, mas grande parte das áreas infectadas exigem ao menos duas aplicações.

 

Por causa disso, muitos produtores visam a adoção de outras medidas de controle associadas aos inseticidas, como é o caso do afastamento de palha da linha da cana, tornando-a mais seca e ajudando na diminuição de cigarrinha.

 

  1. Muito cuidado com a resistência de inseticidas

 

Mesmo sendo o método de manejo mais utilizado, o controle químico precisa ser realizado de modo que não gere resistência da cigarrinha, principalmente quando é utilizado um mesmo produto por vários anos.

 

“Com o passar do tempo o uso do mesmo inseticida pode fazer com que o controle perca em eficiência. Por isso, é importante fazer rotação de produtos, principalmente com o uso de grupos químicos diferentes. Isso reduz o risco da seleção de indivíduos resistentes”, recomenda a pesquisadora.

 

Por isso, ter muitos grupos de inseticidas, com modos de ação diferentes é essencial para o controle da cigarrinha da cana-de-açúcar ou de qualquer outra praga.

 

  1. Adote um novo produto inseticida no controle da cigarrinha na cana-de-açúcar

 

Como vimos, o controle químico, via inseticidas, é a forma mais eficaz para o controle da cigarrinha da cana-de-açúcar. Por isso, acaba de chegar ao Brasil um produto inseticida que combate a cigarrinha da cana-de-açúcar com bastante eficiência.

 

Esse produto inovador, com tecnologia inédita para o controle da cigarrinha, apresenta excelente efeito de choque e maior residual, permitindo o controle de todas as fases da cigarrinha na cana-de-açúcar.

 

Em diversos trabalhos de pesquisa da dra. Leila Dinardo, este produto ajudou também a elevar a produtividade comprovando sua eficácia no controle da cigarrinha.

 

Produtividade em Total de Cana/ ha (TCH) e Total de Açúcar/ ha (TAH) Município: Guaíra (SP)

Produtividade em Total de Cana/ ha (TCH) e Total de Açúcar/ ha (TAH) Município: Guaíra (SP)

Fonte: Dra. Leila Dinardo-Miranda (IAC).

 

Produtividade em Total de Cana/ ha (TCH) e Total de Açúcar/ ha (TAH) Município: Pirassununga (SP)

Produtividade em Total de Cana/ ha (TCH) e Total de Açúcar/ ha (TAH) Município: Pirassununga (SP)

Fonte: Dra. Leila Dinardo-Miranda (IAC).

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