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Conhecer a relação entre o clima e o controle de pragas a cada nova safra de soja é fundamental para melhor tomada de decisões.

 

As condições climáticas são fatores que desempenham importante papel na incidência de pragas na soja. Assim, fatores como radiação, temperatura, umidade, luz, vento e fenômenos climáticos influenciam na população e, consequentemente, no controle das pragas.

 

Dessa forma, conhecer a relação entre o clima e o controle de pragas a cada nova safra de soja é fundamental para melhor tomada de decisões, permitindo que o agricultor possa alcançar maior eficiência no controle de pragas na soja.

 

Assim, a seguinte questão é colocada à prova: qual será o comportamento do clima na próxima safra de soja e como ele influenciará na população de pragas e uso de defensivos?

 

Soja: cultura com alta dependência de condições climáticas

 

A soja é uma cultura de sequeiro e, no Brasil, seu plantio ocorre em grande parte na região tropical. Por essa razão Paulo Etchichury, meteorologista e sócio-diretor da Somar Meteorologia, explica que essa cultura tem uma dependência direta das condições climáticas.

 

“Fatores como a chuva, a temperatura e a radiação são logicamente os fatores climáticos mais dependentes da soja e precisam ser amplamente considerados”, explica. O meteorologista afirma também que os riscos climáticos para a lavoura de soja variam de acordo com a região onde foi plantada.

 

Para as lavouras dos estados do Sul do Brasil (RS, SC e PR) e também Mato Grosso do Sul, o principal risco para a produção, segundo Etchichury, está associado com a falta de chuva.

 

“Nesses estados no verão, período do ciclo da lavoura, chove pouco e é muito comum períodos secos e estiagens regionalizadas, que comprometem e por vezes até limitam a produção (quebra de safra)”, informa.

 

Ele explica que o risco de maior de escassez de chuvas ocorre em anos de La Niña. Nos anos neutros (sem El Niño e nem La Niña) ocorrem estiagens regionalizadas, alternando com períodos de chuva. Já o melhor cenário ocorre em anos de El Niño, quando chove mais no verão e reduz o risco de estiagens/secas severas.

 

No caso das lavouras do Centro-Oeste e Sudeste, onde o verão é mais chuvoso, o meteorologista indica que o risco para a lavoura de soja está mais associado a períodos mais chuvosos e, portanto, redução de luminosidade/radiação solar é menor. “Este cenário potencializa o surgimento de doenças e pragas na lavoura”, completa Paulo Etchichury.

 

Já as lavouras do Nordeste, essencialmente na região do Matopiba, convivem com os riscos tanto de falta de chuva (seco), como de excesso (chuvoso). “Essa variação das condições climáticas de um ano para outro, está associado a condição de El Niño (mais seco) e La Niña (mais chuvoso)”, complementa o meteorologista da Somar.

 

A próxima safra de soja pode sofrer influência do fenômeno “La Niña”

 

Nos últimos dias, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos atualizou sua projeção para o clima e admitiu que existe a possibilidade de La Niña no verão de 2021.

 

Essa projeção é compartilhada pela Somar Meteorologia. Segundo o diretor da Somar neste momento já se observa o início de uma fase de águas frias sobre o oceano Pacífico equatorial, que passou apresentar anomalias negativas da temperatura superficial tanto na parte leste como na parte central.

 

“De imediato esse cenário contribui para reduzir a incidência de chuvas no inverno e na primavera no Sul do Brasil, o que favorece as culturas de inverno (trigo e cevada) mas nesse período não afeta em nada a lavoura de soja”, explica.

 

Porém, segundo previsões da NOAA, essa fase de águas frias deve continuar ao longo de todo o segundo semestre, mas não deverá ser intensa. Inclusive, para o início de 2021 há indicação de transição para a neutralidade, embora ainda em fase negativa. “Com isso, ainda não podemos definir se teremos condições de resfriamento suficientes para garantir a configuração do fenômeno La Niña”, salienta o meteorologista.

 

Mesmo assim, independentemente da configuração do La Niña, Etchichury diz ser muito provável que a próxima safra de soja, 2020/2021, ocorra sob condições de um Pacífico neutro, mas ainda na fase fria.

 

Essa condição de modo geral favorece as lavouras do Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, onde o plantio não deve atrasar, com as chuvas retornando gradualmente entre outubro e novembro.

 

Enquanto para as lavouras do Sul, o enfraquecimento ou não instalação do La Niña, sem dúvida será um fator de favorecimento, pois reduz o risco de seca severa, porém não elimina o risco de períodos (10 a 15 dias) de estiagens regionalizadas.

 

“Para reduzir esse risco, o produtor deve ficar bastante atento na hora de definir o ciclo da variedade a ser plantada”, completa o sócio-diretor da Somar.

 

Mas e se o La Niña se confirmar?

 

Como vimos, a expectativa atual é de que teremos um La Niña enfraquecido ou até caminhando para a neutralidade. Mas e caso as tendências não se confirmem e o La Niña cause alterações mais extremas no clima?

 

Nesse caso, podemos esperar secas mais severas, essencialmente na região Sul, grande produtora de soja do país, e esse cenário pode favorecer algumas doenças de soja, nematoides e podridão cinza da raiz. Por outro lado, doenças diretamente relacionadas com alta umidade, como a ferrugem, não deverão apresentar altas incidência e/ou severidade.

 

Dessa forma, em caso de secas mais severas, o agricultor certamente terá dificuldades em realizar o manejo e controle químico das pragas.

 

O exemplo do controle de percevejos em soja é o mais comum nesse caso. Para controle do percevejo as estratégias mais comuns são a de contaminação tarsal (por caminhamento) ou pelo efeito de contato, se uma gota cair sobre os percevejos.

 

Quando o percevejo está na parte superior das plantas, irá receber uma quantidade maior de choque, sendo melhor controlado. Porém, em épocas de baixa umidade a praga tende a ficar menos exposta, dificultando o controle.

 

Dessa forma, sabendo-se que algumas doenças de soja podem ser favorecidas por períodos de seca, algumas medidas são recomendadas para diminuir eventuais prejuízos em anos de La Niña, tais como:

 

É preciso estar atento!

 

O produtor deve trabalhar muito em conjunto com as previsões climáticas de forma constante e, caso sejam previstos efeitos climáticos severos, deve planejar ações preventivas para proteger sua lavoura.

 

Luiz Tupich, Consultor de Desenvolvimento de Mercado na Ihara, alerta: “Em anos com menor pluviosidade, a tendência é de que doenças foliares tenham menor incidência, entretanto, não o suficiente para que o manejo seja descartado. Nos últimos anos, o efeito de doenças sobre a cultura da soja se mostra mais visível pela desfolha nos estádios reprodutivos de desenvolvimento da cultura.”

 

E acrescenta: “O manejo de doenças deve ser iniciado desde o tratamento de sementes, se estendendo pelo período vegetativo para proteger o potencial produtivo. A ferrugem asiática, doenças de final de ciclo, mancha-alvo e outras doenças como antracnose e oídio afetarão a produtividade da soja independentemente do clima, portanto, o manejo correto de doenças tem papel fundamental para maior rendimento em produtividade.

 

O sucesso do manejo fitossanitário na cultura da soja depende da correta utilização de diferentes ferramentas, desde a escolha da variedade a ser cultivada, adubação até escolha dos produtos indicados para o manejo químico de plantas daninhas, pragas e doenças.

Quando não controlado, o capim-amargoso pode causar perdas que passam de mais da metade de toda a safra

 

A presença de plantas daninhas na soja é uma das principais dores de cabeça para agricultores. Dentre essas plantas daninhas o capim-amargoso tira o sono de muita gente, pois tem grande capacidade de matocompetição com a soja, ocasionando grandes prejuízos à produtividade.

 

Quando não controlado, o capim-amargoso pode causar perdas que passam de mais da metade de toda a safra, principalmente quando ocorre a partir do estágio inicial de desenvolvimento da cultura, resultando em sérios impactos econômicos. Há ainda o grave problema de resistência dessa planta daninha a alguns herbicidas, como é o caso do glifosato.

 

Por isso, é preciso conhecer as principais características do capim-amargoso e quais devem ser as estratégias mais eficazes para controlar essa planta daninha na soja, deixando ela longe da cultura.

 

Capim-amargoso: uma das plantas daninhas de mais difícil controle

 

Considerado por muitos produtores como uma das plantas daninhas mais difíceis de se controlar, o capim-amargoso (Digitaria insularis) apresenta ciclo perene, com seu ciclo de vida podendo durar mais de 2 anos. Essa planta se reproduz através de sementes e produz estruturas de reserva subterrâneas (rizomas), além de formar touceiras.

 

O capim-amargoso é adaptado a quase todo o território nacional, infestando a maioria dos cultivos de grãos do Brasil. Estima-se que, atualmente, exista a infestação corresponda a 8,2 milhões de hectares em nosso país.

 

Sua ampla dispersão está associada principalmente à elevada capacidade de produzir grande quantidade de sementes (em torno de 60 mil sementes por inflorescência) que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.

 

Além disso, o capim-amargoso possui metabolismo fotossintético do tipo C4, indicando alta eficiência na produção de biomassa em condições de temperaturas elevadas. Pode também produzir aleloquímicos (que gera alelopatia), abrigar pragas (como os percevejos) e doenças.

 

Essa planta daninha é também bastante agressiva na competição com a cultura de interesse, interferindo na produtividade agrícola das culturas.

 

Temos um sério problema da resistência do capim-amargoso ao glifosato no Brasil

 

Além de sua grande capacidade de competição com a planta da soja, o capim-amargoso também vem sendo motivo de muita preocupação em razão da resistência a herbicidas, como o glifosato.

 

O primeiro caso de capim-amargoso resistente ao glifosato foi identificado no estado do Paraná, na safra 2007/2008 e a dispersão dessas populações foi tão grande que, em 2016, 87% das populações coletadas à beira de rodovias nos estados do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás apresentaram resistência ao glifosato.

 

Dessa forma, como alternativa ao glifosato, o controle químico do capim-amargoso com graminicidas vem sendo uma estratégia interessante, com a aplicação ocorrendo nas fases de pré e pós-emergência.

 

Na fase pré-emergente, os mecanismos de ação que controlam com eficiência esta planta daninha são responsáveis pela inibição da divisão celular, do PSII, da síntese de carotenoides, da ALS e os inibidores da Protox.

 

No controle realizado na fase pós-emergência, os principais herbicidas alternativos ao glifosato pertencem ao grupo dos inibidores da ACCase, da glutamina sintetase (GS) e dos inibidores do PSI.

 

Nova solução contra a resistência do capim-amargoso na soja

 

Para oferecer uma eficiente alternativa ao aumento da resistência do capim-amargoso presente na soja a alguns grupos de herbicidas, muitas estratégias ponderam a adoção de um graminicida altamente seletivo que tem como ingrediente ativo a Quizalofope-P-etílico.

 

Este produto é capaz de controlar uma grande diversidade de plantas infestantes na soja, dentre elas o capim-amargoso, o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) e o milho voluntário (Zea mays).

 

Este herbicida pertence à classe química de herbicidas inibidores de ACCase. Assim, uma vez aplicado, o produto é rapidamente absorvido pelas folhas e translocado para os pontos de crescimento das plantas.

 

Sua ação se dá através do bloqueio da atividade das enzimas Acetil-Coa Carboxilase (ACCase) e comprometem a atividade das membranas celulares, consequentemente afetando o crescimento dessa planta daninha.

 

Por fim, como vantagens centrais, ele ainda permite:

 

 

Este produto também é registrado para uso na dessecação antes da semeadura de soja, fato esse que facilita de forma significativa todo o manejo.

Maturadores são produtos químicos responsáveis pela indução do amadurecimento de plantas, causando, assim, a translocação e o armazenamento dos açúcares na cana-de-açúcar

 

O custo de produção e da venda do açúcar, álcool e derivados da cana-de-açúcar estão fortemente relacionados com a quantidade de açúcares presentes nos colmos no momento em que é realizada a operação de colheita, sendo esse processo conhecido como maturação.

 

Porém há algumas vantagens econômicas em iniciar a colheita da cana-de-açúcar de forma antecipada, ou seja, antes da planta atingir o pico de maturação. Da mesma forma, prolongar a safra para realizar a colheita mais tarde pode ser uma necessidade.

 

Nessas situações o ideal será estimular o acúmulo antecipado de sacarose ou manter elevados os teores de açúcar no momento da colheita. Por isso, o uso do maturador da cana-de-açúcar torna-se essencial, pois ele deixa os teores de açúcares mais ideais no momento da colheita.

 

Portanto, estes maturadores precisam ser utilizados da forma mais assertiva possível, permitindo um acúmulo suficiente de sacarose sem comprometer a produtividade.

 

O que define o processo de maturação da cana-de-açúcar?

 

A maturação da cana-de-açúcar é um processo natural que ocorre quando a planta sofre uma espécie de estresse, reduzindo a síntese de hormônios para crescimento e reequilibrando seu metabolismo para que os fotoassimilados sejam direcionados no acúmulo de sacarose.

 

Para que esse processo ocorra, a planta continua fazendo fotossíntese, ou seja, precisará de luz em quantidade elevada e nutrição equilibrada. Entretanto, na maturação, há redução da umidade e da temperatura.

 

No caso da umidade, o menor volume de água ativará a redução da síntese hormonal de crescimento, estimulando a produção de sacarose. Já a redução da temperatura ajudará com o processo de cessar o crescimento e aumentar o acúmulo de sacarose.

 

Entretanto, alguns desses fatores podem não acontecer, ou seja, a queda de temperatura não foi tão intensa, a redução das precipitações não ocorreu ou o volume de nutrientes não estava adequado e tudo isso será determinante para contribuir com o não processo natural de maturação.

 

Para resolver isto e induzir a planta a entrar em seu estágio de maturação ideal são utilizados os maturadores da cana-de-açúcar, cuja função é antecipar o acúmulo de açúcares nos colmos da cana ou contribuir com a manutenção da sacarose acumulada em razão de fatores climáticos.

 

Quando e porque usar o maturador da cana-de-açúcar?

 

Maturadores são produtos químicos responsáveis pela indução do amadurecimento de plantas, causando, assim, a translocação e o armazenamento dos açúcares na cana-de-açúcar, elevando, por consequência, os níveis de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis).

 

Os maturadores agem para alterar a morfologia e a fisiologia da planta, podendo levar a modificações qualitativas e quantitativas na produção. Eles podem atuar de duas formas:

 

 

O uso destes produtos deve ser muito bem planejado, já que seu período de efeito varia entre 20 a 60 dias, dependendo da variedade, tipo de produto e época de aplicação. Além disso, a definição da época de utilização dos maturadores também exercerá influência na planta:

 

Maturadores: transformando energia de crescimento em sacarose

 

Para promover um teor ideal de sacarose da planta no momento da colheita, boa parte das usinas estão utilizando um maturador muito poderoso que transforma a energia de crescimento em sacarose de maneira rápida, flexível e bastante eficaz. Este maturador apresenta ainda importantes vantagens e benefícios:

 

 

Além destas qualidades, devido à sua alta solubilidade, este produto é imediatamente absorvido pela planta e o ganho de açúcar começa imediatamente após a sua absorção. Esta característica faz com que este maturador seja único no mercado. A solubilidade também aumenta sua mobilidade dentro da planta até atingir seu sítio de ação.

 

Resultados de campo mostram a eficiência deste maturador, com grande média de ganho de ATR e TAH mais elevados em variedades precoces, médias e tardias. Apresenta também um ganho de ATR bastante rápido, assim como contribui com o aumento da produtividade.

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